A Beleza Relativa de O Extraordinário. - Resenha Filme

Já diziam os mais velhos que não se julga um livro pela capa, e que quem vê cara não vê coração. Mas como pensar nisso numa geração onde likes contam como elogios, Matchs no Tinder só nos permitem ver 5 fotos de alguma pessoa antes de decidir se queremos ou não termos algum contato com elas. No máximo, uma descrição de algumas frases montadas que se fossem trocadas entre os perfis, nem faria diferença, já que todas são iguais. O extraordinário te desafia a ver diferente.

Para quem já leu o livro Extraordinário, de R. J Palácio, as lágrimas já haviam sido suficientemente derramadas antes de se passarem as portas das salas de cinema. Porém, para os que acabavam de ter seu primeiro contato com Auggie, uma enxurrada estava por vir. Não é de hoje que os cinemas tem apelado para a emoção nas telas para prender a atenção do público. Os grandes sucessos de bilheteria passam a ser divididos em filmes de Heróis e adaptações de livros dramáticos.

Auggie Pulman, interpretado por Jacob Tremblay, é o típico personagem fofo e inteligente que vive solitário, o pequeno tem deformações faciais desde o nascimento e passou por várias cirurgias, algo interessante é que ele guarda todas as pulseiras dos consultórios em um quadro no seu quarto. A linha explorada pelo personagem é sua visão sobre como as pessoas o tratam por ter uma aparência diferente. Lembrando que ele não possui nenhum tipo de deficiência, pelo contrário, ele ainda é bem inteligente.



A problemática se inicia a medida que aos 10 anos, ele precisa ir à Escola, já que permanecer em casa poderia ser prejudicial a sua educação. A Linha do Bullying se estende à medida que algumas pessoas o julgam apenas por seu rosto, mas ele permanece na escola e começa a fazer amigos e inimigos.

Um universo interessante explorado é o de Star Wars. Ele se imagina como o Chewbacca na Escola, e em vários momentos ele aparece junto a Auggie, o que provoca risos a todos, já que o personagem de Star Wars fazendo coisas comuns como passear pelos corredores é bem engraçado. Para quem leu o livro, pode ficar tranquilo, o tempo de visão de cada personagem da história é respeitado. Julia Roberts e Owen Wilson, são os pais do personagem, a mãe sempre presente e sorrindo das conquistas do filho imita o fator mãe coruja e sorridente. Já o pai, é um ser mais animado e engraçado, que lembra seu personagem Marley, em Marley e eu.

A irmã Via, mais esquecida da família, tem o sonho de ser atriz, e em sua subtrama, tem um namorado engraçado que é visto como o ser que a tira daquele mundo de sempre ser secundária a história do irmão. E que ganha de volta o papel de principal de sua própria história quando sobe ao palco para estreia de sua peça. Os amigos de Auggie, como Chris e Charlotte, são as bases dele na escola, e mostram de visões diferentes como o garoto é visto pelos outros. No livro, essas descrições são um tanto quanto diferentes.

Extraordinário segue a linha drama/superação, que arranca lagrimas na cena final com seus discursos. Emocionante sem muita apelação. O filme não foge a narrativa do livro e não exclui nenhum personagem importante. O mesmo pode ser comparado a série Atypical da Netflix, pois o enredo do irmão mais novo ser doente e toda a casa se voltar a isso. Portanto, Extraordinário vale a pena se você gosta de drama, superação e fofices. Vamos refletir sobre aparências, sobre o que queremos que os outros vejam de nós mesmos e sobre o quanto julgamos o próximo. Essa deve ser a mensagem por trás das cenas. 

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