Talvez



Talvez tenha sido naquele dia em que me senti fraca e você confirmou com suas palavras. Talvez tenha sido quando eu te polpei dos meus problemas, guardei eles pra mim, de uma forma em que você não precisasse se preocupar também.

Talvez fosse quando eu estive doente, mas percebi que você estava prestes a desistir e corri até você, porque não suporto a ideia de você uma hora estar tão mal quanto eu. Talvez seja na hora em que como diria Taylor Swift, "as palavras que ouvi, se transformaram nos ecos da minha própria cabeça". Talvez tenha sido quando nenhuma frase se apagou da minha cabeça. Talvez seja quando a dor de cabeça sua passou pra mim em forma de dor de garganta. Talvez seja quando você tentou me diminuir em público, de uma forma que sua "superioridade" fosse afirmada. Talvez eu tenha percebido que eu não gosto de pequenos tratamentos ruins. E também talvez, eu não goste de ser tratada mal, depois bem, depois mal. Ainda mais quando a situação é complicada. Tanto pra mim quanto pra você. Talvez essa face sua, eu não goste. E talvez, junto de um grupo, você precise diminuir outras pessoas. Talvez seja o conjunto de tudo. Talvez eu não esteja bem o suficiente pra tolerar as coisas. Talvez eu tenha me segurado pra não te ferir com minhas coisas, isso tenha te incomodado em vez de te fazer bem. E isso causou a série de palavras e tratamentos que eu detestei. Talvez um pouco de cada coisa somaram uma bola de neve. A cada uma das pequenas coisas, eu talvez tenha ido atrás de uma solução, tenha sido a primeira a procurar a paz entre duas almas amigas. Mas talvez, não possa passar por cima de decisões das outras pessoas sozinhas. Há problemas possíveis de serem superados sozinhos. Mas não. Não posso ser aquela que vai buscar a solução no meio de desabafos onde deixo claro aquilo que penso. Não somatizar as coisas talvez seja o problema. Tentar ser madura o suficiente para ser clara e dizer o que não gostei, talvez seja minha tática. Porém, nem toda maturidade do mundo seja suficiente para que eu sozinha consiga resolver o problema de duas pessoas. Muita intensidade e vontade de superar de um lado. Do outro, mais vontade de ferir, mesmo que involuntária. Esforço, eu faço. Ser a primeira a tentar resolver, eu faço. Mas talvez, eu não consiga sozinha e não vou conseguir passar por isso sozinha.

E talvez... Seja a quantidade de pedidos de socorro disfarçados de aulas entediantes e pedidos de conversa, mesmo que eu esteja pedindo curativos ao autor dos ferimentos. Talvez... Você não perceba nunca. Mas talvez, só talvez, a dor da última tenha sido forte demais para algo delicado como o nosso talvez.

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